Os looks da cantora na noite da virada foram assinados pela Água de Coco
O Ih, Miga! perguntou e vocês muito convictos não deixaram dúvidas: o look de Claudia Leitte no Réveillon 2019 foi o mais bonito entre aqueles escolhidos pelas musas da axé music.
O Raio-X dessa semana se dedica à “cariana” (ou “baianoca”?) não só pela beleza, mas pela produção. Claudia se apresentou na festa do Aterro da Praia de Iracema, em Fortaleza, na madrugada do dia 1º.
Para dar as boas vindas a 2019, a cantora apostou em três looks diferentes, embora complementares. A inspiração veio das rendeiras nordestinas. O body, as mangas, a saia curta e a saia longa foram assinadas por Renato Thomaz e Água de Coco, grife brasileira especializada em moda praia.
"A gente quis unir a coisa da Bahia com o Ceará, então a gente pensou em rendas, babados, bordados, feminilidade. E o ponto que a gente achou em comum foi a coisa das rendeiras. A baiana de acarajé que usa babados, que usa coisas femininas, que usa turbantes, e o Ceará, que a gente tem muita produção de rendas. Esse foi o ponto de partida", explicou Renato, em entrevista ao Ih, miga!.
O primeiro look, mais simples, foi um body com decote profundo e mangas curtas, com folhagens bordadas. Lembra a própria coleção da Água de Coco, que apresentou na última São Paulo Fashion Week peças com prints de folhagens tropicais.
Mas se sozinho o body não entregava a referência, incorporar babados às mangas entregou o jogo. O segundo look usado por Claudinha faz mais referência aos ícones nordestinos, em razão do volume provocado. Uma graça, principalmente se considerarmos a fluidez das peças incorporadas.
Atenção especial ao terceiro look. Neste caso, a artista troca a minissaia por uma saia de comprimento mais longo e mantém as mangas já incorporadas no look anterior. "Toda troca de roupa tem que ser muito rápida, porque ela [Claudinha] não aceita perder tempo mudando de roupa. Ela acha que o show é muito importante e o entretenimento tem que ser levado a sério. Tem que ser muito rápido, entre uma música e outra. Então, às vezes [a peça incorporada] está presa por um botão, por uma alça; tira saia longa e põe saia curta", entregou Renato.
Prestem atenção aos detalhes que indicam um modismo fácil de adotar por vocês de casa: amarração na cintura é um truque para formar uma fenda sexy sem ser vulgar (tipo como as moças amarram a canga em dias de praia); segue firme o uso e mistura de transparências, principalmente se um desses estilos for a renda; babados na barra da saia dão movimento e destaque às curvas.
Claudia arrematou a composição com uma sandália fina no tom da sua pele, o que aumenta a linha da perna. Com o movimento que a saia naturalmente tem, faz parecer que ela está flutuando. Babado!
E claro que de nada adiantaria renda demais se não houvesse um turbante para arrematar a referência ao Nordeste. Peça que carrega consigo a discussão sobre apropriação cultural, o turbante aparece aqui como uma tiara. A peça é da Jomara Cid Chapelaria, marca cearense. Outro nome local que compõe o look da artista é a Diamond Design, responsável pelas joias.
Mais alguns detalhes que importam: a make foi feita pela própria Claudia e o cabelo, uma produção de Washington Rocha - que por uma questão de cor não deixou a cantora mais parecida com a Iemanjá que temos no imaginário popular. Repare se a composição formada pela tiara-turbante e os cabelos longos soltos não ativa a lembrança à Rainha do Mar? Só faltou o azul...
Teté Marques escreve para o @ihmiga às terças. Ela é Jornalista de moda e comportamento e redatora do Moça Criada. Acompanhe nas redes sociais: @mocacriada no Twitter e Instagram. www.mocacriada.com.br
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