top of page
  • Foto do escritorErem Carla

Com temas sociais em pauta, Spadina Banks espalha sua arte na Bahia; conheça a drag queen

Spadina também falou de visibilidade e adaptações em meio a pandemia

Foto: Reprodução/Instragram

Dando continuidade à série que apresenta histórias e arte das drags baianas, desta vez o Ih, Miga! entrevistou Spadina Banks. A artista falou sobre sua carreira, debates e visibilidade da cena drag em Salvador.


DJ, atriz, apresentadora e modelo, Spadina é uma das residentes da Shantay Brasil e estrelou uma produção publicada pelo grupo em sua conta oficial no Instagram. No vídeo, Spadina interpreta a música Cultura e Civilização, da cantora Gal Costa.

Sobre a escolha da música, Spadina explica que foi uma honra."Essa música está presente na minha história desde que comecei a fazer drag em 2015, eu sou muito fã de Gal e comecei minha carreira dublando suas músicas. Anos se passam e a letra continua sendo pertinente com tudo que acontece com a gente", disse.


Com a ajuda de fãs e amigos, em duas semanas a produção chegou na própria Gal Costa que repostou em sua página o vídeo e já conta com mais de 10 mil visualizações. Ao receber a notícia, Spadina conta que ficou em choque. "Comecei a chorar, fiquei meia hora sem conseguir falar nada, foi muito lindo receber esse carinho", fala.


Quanto a adaptação a nova realidade no cenário da pandemia, ela diz está se adequando aos formatos. "Os festivais de internet que estão acontecendo agora, são exemplo dessa nova maneira de interagir. Nós na Bahia como drags, não estamos muito acostumadas a fazer essa produção de internet, acho que de maneira cultural, nós temos muita necessidade do contato físico", pontua.



Foto: Reprodução/Instagram

A Rádio Inédita apresentada por Spadina e Aimée Lumiere todas as segundas-feiras em seus perfis no Instagram também é um exemplo dessa nova realidade, na rádio assuntos como racismo são discutidos pelas drags e seus convidados. "É uma pauta que tá sempre vindo à tona, inclusive acho que seja uma característica dessa nova geração de drag"diz.


"Com a chegada de diferentes narrativas da arte, esses debates viraram uma constante dentro da nossa cena. Eu acredito que em razão da pandemia, as questões de raça e classe vieram a tona no Brasil e no mundo. É preciso usar nossas vozes e espaços, mesmo que pequenos para dar visibilidade a essas narrativas", afirma.


Quanto a visibilidade da arte drag na Bahia, Banks fala que ainda é um problema enorme. "Salvador se moveu estruturalmente no sentido do capital. Se não dá dinheiro não tem espaço. E quando você joga essa questão pra arte drag, que já sofre por outros motivos como homofobia, nossa arte acaba ficando à margem", relata.


"Ainda que tenham artistas incríveis aqui, a gente não vê ninguém bem financeiramente. Esse é o maior problema, porque se existem poucas oportunidades para artistas cis, quanto mais para nós que fazemos interpretações revolucionárias", conclui.


Nesta sexta-feira (17), às 21h, Spadina irá apresentar o Festival MPB no Show Inédito, onde artistas LGBTQIA+ da Bahia, irão mostrar sua arte através de interpretações de grandes nomes da música popular brasileira. O festival acontece nos perfis de Spadina e Aimée no Instagram.



* O Ih, Miga! apresentará histórias e arte das drags baianas em nosso site em uma série feita por Kadu Brandão e Erem Carla.


bottom of page